terça-feira, 20 de março de 2012

O poeta é um fingidor, é um ladrão de pétalas que tenta montar a flor.‏ poema de Dudu Pererê


Meu nome são só letras,
não dizem o tanto que sou,
e essa ilusão passageira
a nada agrega valor.

Futuro: presente mixado
Poema: superposição do espaço
Artista: um elo, um cavalo
O que cria é saber do passado.

Estou mais para batatinha quando nasce do que para pedra no caminho.
Prefiro pichar frases anônimas em muros desconhecidos 
que ser escrito em livro autoral.

O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é o autor
Mas é autor o que deveras sente-se.

Os que lêem o que escreve  
Só pela autoria já se sentem bem
À obra não cabem críticas
Se renome o artista já tem.

E assim as calhas da vida
Entopem-se de nomes vãos
E o valor da obra de arte
É o preço do artista, é só um milhão.

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