segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Uma loja no shopping As verdades (Alan André de Figueiredo, )



As verdades descolam das paredes
E caíram em meu colo
Enquanto olhava as pessoas
Em suas vidas diárias

As roupas
Todas querem olhar a vitrine
Todas querem ser
Vestidos de manequins

Boa tarde senhora
Fique a vontade
É tudo seu
Basta comprar

Eu quero um short
Uma blusa quem sabe?!
Entra senhora
Temos varias cores disponíveis

Não sei?!
Bota a mão no cabide
Experimenta
Desfila flutuando

Sua bolsa é nova
Toda vendedora põe reparo
Tubaroas da venda
E do varejo

Boa tarde
Um sorriso maquinal
Boa tarde
Posso ajudar o senhora?!

Sempre se pode ajudar
É tudo tão lindo
Mas este não caiu bem
Sinceridade carnívora

Experimenta este
Ah! este sim!

Mentira socialmente aceita
O sol lá fora queima
Aqui você está a salvo
É tudo sempre o mesmo

Um sorriso
É minha vez não vendeu
Perdeu
Roda a roleta do varejo

Esta eu passo
Mal vestida
Vou lá no estoque
Já volto querida

Eta má sorte
Quero ela de volta
De volta minha linda?!
O que a senhora deseja?

Nunca fui de fato
Vamos juntas
Tal como princesas sem reinos
Folhear felicidades de panos coloridos

Quanto é este?
O justo preço minha querida
Quanto vale sua vida?
E sua cresça nesta aparência abatida?

Tudo isso
Já basta minha senhora

Volte sempre
Estaremos aqui
No templo da futilidade
Prontas para encurtar o seu sonho


(Poema de Alan André de Figueiredo publicado originalmente no Blog Olhos de Dentro)

para seu poema ser publicado nesse blog envie para nacaraecoragem@yahoo.com.br escrevendo no assunto "Poema"

Um comentário:

  1. Realidade pura..realmente texto expressado com os olhos de dentro.
    Passei pelo cantinho do Poeta feliz,venha conhecer A vida das rosas.

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