quarta-feira, 19 de outubro de 2011

4 mg de insonidade poema de Sheyla de Castilho




abstraio faminta o indecifráfel que devora
abstraio faminta o indecifráfel que me devora
e deitada sobre o limo da pedra, sob a insistência infinda de subverter as certezas do apego dos desgarrados, me chovo agora.
meu altar é carne de belezas sagradas. vermelhas e pálidas.
indecentes gemer de poros em atrito. solidão do beijo ao grito.
de olhos fechados, me embrenho em meu caleidoscópio labirinto de luz extasiada.
me expio por dentro e sorrio das minhas cicatrizes de incêndio apagadas
hoje, eu amanheci a madrugada, e quanto a isso, não há de se fazer nada.
em solo muda. nua. despida do inatingível do mundo.
e quando cairem ao meu redor, deuses de metal, lábios ou barro,
repousarei serena o sonho dos desertados.
pois talvez, sim, amarão os fragmentos de meus estilhaços.
caguei pros meus pecados!


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