quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Palhaço poema de Valdemir Costa


O satânico bobo da corte gargalhava e ria, ria, ria... Seu macabro sorriso,  como se não houvesse amanhã ou se soubesse o resultado da loteria.
Sarcástico membro da ordem dos letárgicos, estes que nem sabe o final do jogo.
E comemoram a vitória dos adversários.
Lunático pretoriano dos caminhos da felicidade alheia, esta que não tem dono
Então, toma de assalto e a leva consigo.
Macaco malabarista urbano de sábado à noite, que no trânsito vagueia sem rumo.
Vindo do nada e indo pro ontem.
Párea mameluco semiólogo guardião da insanidade humana, essa peça rara da vida.
Que dela nada leva e nada trás.  
Símbolo da mesma moda mundana que rege os infiéis, que com seus cordões e anéis.
Levitam na massa molecular misógina das mentes.
Mandarim armado de sândalo e finos fios de doces melados, mimos moles e mais.
Sabores divinos e matérias austrais.
Bufão presidencial carregando o poder de gerir nossas risadas, estas que saem sem querer. Mão na barriga e boca aberta até doer.
Parte do mesmo show que a ditadora lona encerra, misto de etéreo imagético com a.
Verdade absoluta.
Um paradoxo transvestido em cores alegres para esconder a cinza síntese mundana que descreve o homem desde seu início
 Viva a vida sorrindo e morra sozinho em silencio.





Um comentário:

  1. muito bom!

    viva a comédia da vida
    a tragicomédia de se estar vivo

    o riso desesperado do louco
    do palhaço sozinho
    sem plateia nem aplausos

    apenas um ruido fundo
    anunciando que estou vivo
    e ei de morrer qual quer dia

    até Alan

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